terça-feira, 15 de março de 2011

Lune's Prince - Capítulo 2


                - Puta que o pariu! Como ele conseguiu escapar? - Questionava furioso o general ao soldado assustado com seus berros.
                - Senhor, seu conselheiro acabou por tomar a aparência do alvo! - respondia tentando acalmar a ira de seu superior.
                - Tragam aquela vagabunda aqui! - ordenava com os dentes serrados cortando o charuto em sua boca.
                - Sim senhor!
                Logo após o soldado sair apressado da sala, o general Morty pegou sua garrafa de uísque que ficava na mesinha no canto da sala e colocou em um copo de cristal que se encontrava já em sua mesa. Virou em um só gole todo o conteúdo do copo e sentou-se em sua mesa, apertando um botão em seu telefone. A sala fica escura e um telão acende no lado oposto onde está sentado. Enquanto aguardava a chamada, servia seu copo mais uma vez com o líquido de cor amadeirada que desceu de uma vez novamente, seguido de uma careta. No telão começa a aparecer um quarto que lembrava um cômodo da antiga realeza medieval, cheio de quadros de batalhas e troféus que o general sentia nojo de olhar. Somente de relance, ele pôde ver cabeças empalhadas de seus antigos superiores e presidentes de seu amado país.
Um ser aparece envolto em um manto vermelho escuro com detalhes dourados bordados. Um dos anciões daquela raça maldita sentava-se encarando o general que não conseguia deixar de ter repulsa desse povo que se alimenta de sangue humano para viver para sempre, nunca envelhecendo, indo contra a vontade de Deus.
                - E então general Morty, como foi o ataque? Conseguiu eliminar Lune?
                - O ataque foi um sucesso. Conseguimos nos infiltrar no castelo pelo subterrâneo conforme as plantas do local mostraram, eles nem mesmo esperavam que fôssemos desligar o sistema de defesa deles e começar o ataque por dentro. Porém...
                - Porém o que? - disse o ancião, quase cantando com uma voz doce e um forte sotaque britânico tentando controlar a raiva em sua voz.
                - O conselheiro, Krieg, tomou a aparência do príncipe e nos atacou. Não sabíamos dessa habilidade de vocês.
                - Parece que Krieg andou bisbilhotando demais nos livros de feitiçaria antiga. - pensou em voz alta com a voz já se alterando - Bom - disse com a voz mais calma - Lune agora não tem a sabedoria de seu conselheiro e nem sua proteção, ele pode ser poderoso, mas é somente uma criança que não tem idéia do que faz. Será uma questão de tempo até que faça uma besteira e se torne um alvo fácil. Mas me responda só uma coisa: Krieg ainda vive? - perguntou com um sorriso brotando no rosto.
                - Sim. Ele está em estado crítico, mas ainda vive. Iremos deixar que morra sozinho.
                - Não será necessário. Enviarei meus homens para buscá-lo imediatamente, tem algo que quero conversar com ele em particular.
                - O general faria a gentileza de enviá-lo ao necrotério, como de costume?
                - Sim, ancião Duque. Meu homem já deve estar voltando com Annie. Quem sabe ela consiga me contar onde Lune se esconde. Até breve!
                - Até breve general! Hahahaha! - gargalhava o ancião enquanto sua imagem e voz desapareciam e as luzes da sala do general acendiam.
                O general serviu-se mais uma vez com o drink e escutou a batidas na porta.
                - Entre!
                O soldado que havia deixado a sala assustado voltava com o mesmo semblante trazendo uma mulher linda – se não fosse pelos maus tratos que estava passando e as correntes prateadas rodeando seu corpo. A mulher aparentava ter no máximo vinte anos, com longos cabelos ruivos encaracolados e uma pele branca como leite que era mais destacada pelos seus olhos verdes e profundos. Vinha cabisbaixa, parecendo impotente e sem forças... Fraca.
  O general meneou com a cabeça para que o soldado deixasse a sala novamente. Após a porta ser fechada, o general se levantou e andou em direção à moça e pegou seu queixo, levantou sua cabeça para que ela olhasse nos seus olhos, que se enchiam de lágrimas, mas não sabia se era pelo álcool trazendo a tona a nostalgia de tê-la visto crescer como uma criança pura e se tornar uma maldita, ou se pelas lembranças de seu antigo companheiro que aquele rosto trazia.
                - Nós não conseguimos pegá-lo. Você sabe onde ele está, não sabe?
                Ela, rouca e fraca por estar há dias sem se alimentar, por ter correntes de prata tirando toda sua força, tentou dizer algo, mas não conseguiu fazer nada além de negar balançando a cabeça lentamente com muita tristeza no olhar.
    O general foi até a porta para trancá-la, não queria que ninguém visse o que estava prestes a fazer. Andou em direção a Annie e sussurrou em seu ouvido:
                - Annie, você não vai mudar esse rosto de coitada ao sair da sala. Entenda também que só estou fazendo isto pela promessa que fiz a seu pai.
                Ele desabotoou a manga de sua camisa, trouxe-a para cima do braço e estendeu o pulso para boca de Annie.
                - Só tente não sugar muito, por favor.
                Mal ele terminou a frase e ela já estava com os dentes cravados em sua veia sorvendo daquele líquido com sabor aferroado. Porém, tão rápido que começou seu prazer e sentiu que devia parar, senão quem teria problemas seria o general a quem agora devia sua vida. Retirou suas presas que agora se encolhiam manchados de vermelho escarcalate.
                - Sei que meu sangue não deve ser o mesmo que alguém em plena saúde, mas você sabe de minhas condições.
                O general foi até sua mesa e abriu uma gaveta na parte mais baixa, pegou um pedaço de pano e uma garrafa de álcool para limpar e estancar o sangramento que miraculosamente já parecia parar. Fechou novamente a manga de sua camisa sentindo-se tonto com a falta de sangue no corpo, já que tinha todos os órgãos internos substituídos por sintéticos. Derrubou a garrafa de uísque que estava em sua mesa com a tontura, e segurou-se para não cair.
                - Annie, precisamos saber onde Lune está se você quiser ser liberta. Eu prometi ao seu pai que iria cuidar de você na execução dele, que foi por sua causa, mas não posso operar milagres.
                Já mais forte com o sangue que havia ingerido ela agora conseguia falar:
                - Não sei onde ele está e não diria mesmo se soubesse.
                - Pelo amor de Deus! Você sabe de algo, qualquer coisa?
                - Deus também escuta as preces de gente maldita, já que Lune ainda está vivo e provavelmente seguro.
                - Então comece a rezar mais! Krieg foi capturado e Lune está sozinho agora.
                Annie baixou a cabeça. Morty foi até a porta destrancando-a, abriu e chamou o soldado novamente.
                - Pode levar essa maldita de volta.
                O soldado viu o chão molhado e perguntou ao general:
                - Senhor, está tudo bem?
                - Sim! Agora vá logo com essa criatura.
                Enquanto o soldado puxava a vampira com a delicadeza de um cavalheiro, teve a leve impressão de ter visto gotas de sangue no chão. Ficou se perguntando o que havia acontecido lá dentro que havia deixado o general menos bruto que o usual. O que havia acontecido entre aquela linda criatura, que conseguiria enganar o mais esperto dos homens, e aquele esperto impiedoso homem?

3 comentários:

  1. Os erros de português estão sumindo, continua ainda com uns errinhos bobos, mais ja estou vendo um dom na escrita...

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  2. demorei pra ler mas li :D
    Concordo com o caio
    continue assim, a história prende a gente :]

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  3. Primeiramente minha saudaçoes a vc. =p
    Gostei muito da historia,realmente é uma historia q prende o leitor.(E na minha opiniao,é melhor q certas historias atuais de vampiros).
    Mas o que realmente admirei em teu texto,foi a forma como vc descreve,cada objeto,lugar com o mínimo detalhe. Muito Bom! Anciosa pro proximo capitulo....

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