quinta-feira, 24 de março de 2011

Agradecimentos

Como é perceptível, não sou um mestre da língua portuguesa, tenho muito que aprender... ou não, agora tenho uma amiga de um tempo ai que ta revisando meus capítulos e corringindo os erros (quando da tempo). Obrigado Loló pela ajuda - Nóiz
Bom, o Caio do Róisín Dubh lanço um prólogo muito confuso do fim do começo e do começo do fim?? Bom, vale a pena conferir e para um geek aquela história tem tudo pra ser uma obra-prima.
Enfim, muito obrigado a todos que estão acompanhando, à Lo Ruama pelas correções e aqueles que não me deixam desanimar e estão lá quando eu mais preciso, obrigado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Portária (não, não tenho um título melhor, se necessário mudarei) - Prólogo


                Oi, me chamo Peter, tenho 17 anos, estou terminando o ensino médio e vou contar a todos como minha vida era e como ela mudou nessa semana. Se você está lendo isso, é provável que eu tenha morrido, como você vai ler eu não sei, mas se você ler, te deixo um aviso, um bebê orc nunca - eu disse NUNCA - está sozinho.
                Bom, a minha história é a seguinte, meu pai morreu quando eu tinha cinco anos em um acidente de avião, deixando minha mãe e eu apenas com a fortuna que ele fez na vida criando um jogo online em massa de RPG que eu adoro jogar, me faz sentir próximo do cara sabe? Você deve pensar: "Ohh, coitadinho, tão novo. Coitada da mãe, tendo que sozinha cuidar dele tão cedo." A verdade é que fui criado por várias babás enquanto minha mãe "afogava" as mágoas nas boates mais caras do rio de janeiro. Cresci estudando nas escolas mais caras, sendo obrigado a fazer de tudo para não ficar em casa, desde karatê até Le Parkour. Um geek atlético, acho que o único.
                Isso foi minha vida até os 17. Há duas semanas, enquanto jogava o jogo do papai e conversava com meu maior companheiro naquele mundo virtual (por sinal o único que eu tinha na vida), ele me disse que precisava da minha ajuda para derrotar um chefe no jogo e que iria ser perigoso, então eu disse, “por que não?” Afinal, sou o terceiro melhor no rank mundial, ele era o quinto melhor, se morrermos simplesmente voltamos e renascemos e, se dermos sorte, ninguém vai ter roubado nossa presa. Enfim, fomos atrás da temível quimera e começamos a procura no mapa, eu fui com meu personagem cavaleiro e ele que só tinha aquele personagem foi com o assassino. Encontramos a quimera, tudo indo como o costume, bate, apanha e toma poção de cura. As minhas começam a acabar, ele para de ter sua vida recuperada (suas poções acabaram). Bom, foi difícil e tudo, mas no final de minha vida e na dele eu consegui. Nunca tinha visto a vida dele ficar tão no fim como desta vez, oito pontos de vida, espera, passou três minutos e foi para sete, e então ele olhou para mim e disse:
                - Não vou conseguir, eu acho que dessa vez eu não vou conseguir.
                - Como assim, isso é só um jogo, daqui a pouco nos encontramos na cidade.
                - Não é tão simples, digamos que eu entrei demais no personagem, que tudo aqui para mim, é real.
                - Você ta ficando louco?
                - Você gostaria de conhecer melhor a "criação" de seu pai?
                - Claro que gostaria, mas por que você continua com essa história?
                - Bom, eu devia realizar todo um preparo para isso, mas se eu morrer, morre comigo minha classe, então, RENASÇA!
                Pronto, a merda tava feita, eu acordei numa cama parecendo que tava em um quarto medieval, com roupas medievais e essas coisas medievais. Ele sobreviveu, voltou para casa e agora o fudido era eu, eu entrei demais no meu personagem agora to sendo perseguido por uma vila de orcs inteira.
                Oi, esse sou eu, prestes a morrer com 17 anos, virgem e...

Aniversário

Pessoalmente não gostei muito do terceiro capítulo, mas não estou passando por uma fase boa e fica difícil me concentrar no computador para escrever. Problemas de saúde, psicológicos, etc. Enfim, esse final-de-semana é meu aniversário Luigi 1.8, vou tentar colocar uma apresentação de outra obra que tenho em mente até sexta-feira pra não deixar esse final-de-semana passar em branco também, mas sem continuação do "Lune's Prince" o.k.? Bom final-de-semana adiantado para vocês e como costumo dizer: É noiz!

Lune's Prince - Capítulo 3


                Mika e Lune andavam lado a lado enquanto se afastavam da até então impenetrável fortaleza, indo em direção ao estábulo onde se encontravam os cavalos de passeio de Lune. Mika olhava assustado para o horizonte, sabia que o sol estava por nascer, e diferente de Lune, não era um vampiro de mais de cento e cinquenta anos, deixando-o invulnerável aos efeitos mortais do sol sobre si.
                - Lune, o sol esta para nascer. Podemos ir um pouco mais rápido para o estábulo? Se não eu vou ficar meio bronzeado, se é que você me entende.
                - Desculpe minha falta de atenção, esqueci que ainda sofre dos problemas solares. Vamos correr.
                Os dois aplicaram sua velocidade vampírica chegando até o estábulo em metade do tempo previsto.
                - Mika, vou te contar um dos maiores segredos da nossa existência. Conseguimos caminhar sob o sol, não porque somos mais velhos, mas sim porque temos mais poder que um vampiro mais novo, já que quanto mais antigo o sangue, mais poder temos. Foi criado um feitiço para andar sob o sol, porém é necessário ser poderoso para conseguir alimentar essa magia constantemente.
                - Mas se assassinarmos e tomarmos o sangue de um vampiro mais velho, roubamos seu poder. Há também os prodígios, aqueles que nascem poderosos e possuem poder absurdo para um recém-desperto... - Mika mal terminara de falar e Lune o interrompeu.
                - Assim como eu. Não sou um prodígio, foi apenas meu pai que me passou todo o seu poder. Ao assassinar um vampiro e drenar todo seu sangue, ele te dá sem escolhas o seu poder, mas um vampiro pode dar à sua cria o seu poder por pura e espontânea vontade, como fiz há pouco com você.
                - Mas por que isso é um segredo entre nós mesmo?
                - Vampiros mais novos tendem a ser inconsequentes, se eles descobrissem que é tão fácil andar à luz do dia, não restariam mais humanos na terra, ou vampiros, já que andar no sob sol te deixa fraco. Você tem força suficiente apenas para fugir de um confronto, se necessário. E o mais importante: não se esqueça que andar sob o sol é uma mágica e exige poder, se você está sem forças, não conseguirá ir muito longe. Agora tire sua camisa.
                Mika obedeceu e retirou sua camisa listrada em preto e branco deixando seu peitoral branco amostra. Lune tirou as luvas e sacou a espada subindo-a no ar e virando-a de ponta-cabeça para cravá-la no chão. Segurou firme em seu cabo com uma das mãos e passou a outra na lâmina até a ponta lentamente, deixando a espada com um brilho diferente do brilho de aço de antes. Apontou a espada para Mika que baixou a cabeça tendo fé em seu príncipe. Lune encostou a espada no braço esquerdo de Mika e começou a desenhar um círculo. Mika manteve-se na mesma posição firmemente ignorando toda a dor que a prata lhe causava, dor que lembrava algo como o fogo lambendo seu braço. A terminar o círculo, Lune desenhou algo rapidamente retirado a ponta da espada do braço de Mika que sangrava sem parar, para repetir o movimento que tinha feito há pouco com a espada, retornado sua cor cinza de antes.
                - Mika, esse círculo de feitiço que coloquei em seu braço permitirá que você possa andar à luz do dia enquanto tiver forças suficientes, desculpe pela dor causada, mas nas condições atuais era o que podia ser feito.
                Com uma careta de dor, Mika apenas sorriu para Lune tentando evitar fazer esforços, aquela dor ficaria por um tempo, a prata nunca cicatriza.
                - Lune, por que tem na palma das mãos um círculo de feitiço para transformar aço em prata?
                - Caso alguém me traia, é só para garantir.
                Mika se levantou e foi até a mangueira para limpar seu braço que parava de sangrar pouco a pouco.
                - Para onde vamos agora? - perguntou Mika curioso pra saber se iria andar sob sol novamente depois de anos e como seria a sensação.
                - Vamos para minha base na cidade reunir informações para nos infiltrarmos no Q.G. do exército.
                - Você está ficando louco?! Estamos indo direto para a toca do lobo, não terá como sobreviver!
                - Precisamos pegar a Annie de volta, temos umas contas a acertar com ela.
                - Como pretende fazer isso?
                - Chegando lá eu te mostro. - Terminou Lune com um sorriso no rosto, indo em direção com uma parede cheia de chaves de carros e escolheu uma que continha apenas o controle de alarme. Lune colocou seu dedão no controle pressionando-o e levou até perto de sua boca.
                - Abrir.
                Um carro preto com vidro totalmente escuro piscou as luzes e fez um bip.
                - Pensei que se tinham cavalos em um estábulo. - Brincou Mika.
                - Você não sabe quantos. - Disse Lune entrando na brincadeira.
                Os dois entraram no carro e partiram em direção a antiga Londres.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Desculpas

Bom, como provavelmente a maioria dos meus fãs ja sabem (hasuhasuhasuhasuhuasuashuas), fiquei de cama o final de semana, e não melhorei até agora, não estou conseguindo me concentrar em escrever nada, então perdão, vou postar apenas durante a semana o terceiro capítulo, e talvez o prólogo de outra história para me desculpar. Agradecido.

terça-feira, 15 de março de 2011

Lune's Prince - Capítulo 2


                - Puta que o pariu! Como ele conseguiu escapar? - Questionava furioso o general ao soldado assustado com seus berros.
                - Senhor, seu conselheiro acabou por tomar a aparência do alvo! - respondia tentando acalmar a ira de seu superior.
                - Tragam aquela vagabunda aqui! - ordenava com os dentes serrados cortando o charuto em sua boca.
                - Sim senhor!
                Logo após o soldado sair apressado da sala, o general Morty pegou sua garrafa de uísque que ficava na mesinha no canto da sala e colocou em um copo de cristal que se encontrava já em sua mesa. Virou em um só gole todo o conteúdo do copo e sentou-se em sua mesa, apertando um botão em seu telefone. A sala fica escura e um telão acende no lado oposto onde está sentado. Enquanto aguardava a chamada, servia seu copo mais uma vez com o líquido de cor amadeirada que desceu de uma vez novamente, seguido de uma careta. No telão começa a aparecer um quarto que lembrava um cômodo da antiga realeza medieval, cheio de quadros de batalhas e troféus que o general sentia nojo de olhar. Somente de relance, ele pôde ver cabeças empalhadas de seus antigos superiores e presidentes de seu amado país.
Um ser aparece envolto em um manto vermelho escuro com detalhes dourados bordados. Um dos anciões daquela raça maldita sentava-se encarando o general que não conseguia deixar de ter repulsa desse povo que se alimenta de sangue humano para viver para sempre, nunca envelhecendo, indo contra a vontade de Deus.
                - E então general Morty, como foi o ataque? Conseguiu eliminar Lune?
                - O ataque foi um sucesso. Conseguimos nos infiltrar no castelo pelo subterrâneo conforme as plantas do local mostraram, eles nem mesmo esperavam que fôssemos desligar o sistema de defesa deles e começar o ataque por dentro. Porém...
                - Porém o que? - disse o ancião, quase cantando com uma voz doce e um forte sotaque britânico tentando controlar a raiva em sua voz.
                - O conselheiro, Krieg, tomou a aparência do príncipe e nos atacou. Não sabíamos dessa habilidade de vocês.
                - Parece que Krieg andou bisbilhotando demais nos livros de feitiçaria antiga. - pensou em voz alta com a voz já se alterando - Bom - disse com a voz mais calma - Lune agora não tem a sabedoria de seu conselheiro e nem sua proteção, ele pode ser poderoso, mas é somente uma criança que não tem idéia do que faz. Será uma questão de tempo até que faça uma besteira e se torne um alvo fácil. Mas me responda só uma coisa: Krieg ainda vive? - perguntou com um sorriso brotando no rosto.
                - Sim. Ele está em estado crítico, mas ainda vive. Iremos deixar que morra sozinho.
                - Não será necessário. Enviarei meus homens para buscá-lo imediatamente, tem algo que quero conversar com ele em particular.
                - O general faria a gentileza de enviá-lo ao necrotério, como de costume?
                - Sim, ancião Duque. Meu homem já deve estar voltando com Annie. Quem sabe ela consiga me contar onde Lune se esconde. Até breve!
                - Até breve general! Hahahaha! - gargalhava o ancião enquanto sua imagem e voz desapareciam e as luzes da sala do general acendiam.
                O general serviu-se mais uma vez com o drink e escutou a batidas na porta.
                - Entre!
                O soldado que havia deixado a sala assustado voltava com o mesmo semblante trazendo uma mulher linda – se não fosse pelos maus tratos que estava passando e as correntes prateadas rodeando seu corpo. A mulher aparentava ter no máximo vinte anos, com longos cabelos ruivos encaracolados e uma pele branca como leite que era mais destacada pelos seus olhos verdes e profundos. Vinha cabisbaixa, parecendo impotente e sem forças... Fraca.
  O general meneou com a cabeça para que o soldado deixasse a sala novamente. Após a porta ser fechada, o general se levantou e andou em direção à moça e pegou seu queixo, levantou sua cabeça para que ela olhasse nos seus olhos, que se enchiam de lágrimas, mas não sabia se era pelo álcool trazendo a tona a nostalgia de tê-la visto crescer como uma criança pura e se tornar uma maldita, ou se pelas lembranças de seu antigo companheiro que aquele rosto trazia.
                - Nós não conseguimos pegá-lo. Você sabe onde ele está, não sabe?
                Ela, rouca e fraca por estar há dias sem se alimentar, por ter correntes de prata tirando toda sua força, tentou dizer algo, mas não conseguiu fazer nada além de negar balançando a cabeça lentamente com muita tristeza no olhar.
    O general foi até a porta para trancá-la, não queria que ninguém visse o que estava prestes a fazer. Andou em direção a Annie e sussurrou em seu ouvido:
                - Annie, você não vai mudar esse rosto de coitada ao sair da sala. Entenda também que só estou fazendo isto pela promessa que fiz a seu pai.
                Ele desabotoou a manga de sua camisa, trouxe-a para cima do braço e estendeu o pulso para boca de Annie.
                - Só tente não sugar muito, por favor.
                Mal ele terminou a frase e ela já estava com os dentes cravados em sua veia sorvendo daquele líquido com sabor aferroado. Porém, tão rápido que começou seu prazer e sentiu que devia parar, senão quem teria problemas seria o general a quem agora devia sua vida. Retirou suas presas que agora se encolhiam manchados de vermelho escarcalate.
                - Sei que meu sangue não deve ser o mesmo que alguém em plena saúde, mas você sabe de minhas condições.
                O general foi até sua mesa e abriu uma gaveta na parte mais baixa, pegou um pedaço de pano e uma garrafa de álcool para limpar e estancar o sangramento que miraculosamente já parecia parar. Fechou novamente a manga de sua camisa sentindo-se tonto com a falta de sangue no corpo, já que tinha todos os órgãos internos substituídos por sintéticos. Derrubou a garrafa de uísque que estava em sua mesa com a tontura, e segurou-se para não cair.
                - Annie, precisamos saber onde Lune está se você quiser ser liberta. Eu prometi ao seu pai que iria cuidar de você na execução dele, que foi por sua causa, mas não posso operar milagres.
                Já mais forte com o sangue que havia ingerido ela agora conseguia falar:
                - Não sei onde ele está e não diria mesmo se soubesse.
                - Pelo amor de Deus! Você sabe de algo, qualquer coisa?
                - Deus também escuta as preces de gente maldita, já que Lune ainda está vivo e provavelmente seguro.
                - Então comece a rezar mais! Krieg foi capturado e Lune está sozinho agora.
                Annie baixou a cabeça. Morty foi até a porta destrancando-a, abriu e chamou o soldado novamente.
                - Pode levar essa maldita de volta.
                O soldado viu o chão molhado e perguntou ao general:
                - Senhor, está tudo bem?
                - Sim! Agora vá logo com essa criatura.
                Enquanto o soldado puxava a vampira com a delicadeza de um cavalheiro, teve a leve impressão de ter visto gotas de sangue no chão. Ficou se perguntando o que havia acontecido lá dentro que havia deixado o general menos bruto que o usual. O que havia acontecido entre aquela linda criatura, que conseguiria enganar o mais esperto dos homens, e aquele esperto impiedoso homem?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Lune's Prince - Capítulo 1

                 - Acorde!
                - ...
                - Que horas sã...
                Kaboom
                - Eles nos acharam!
                - Vamos, precisamos ir!
                - Merda, eu sabia que ela falaria!
                - Agora não faz diferença! Vá!
                Krieg desembainhou sua espada pronto para uma batalha enquanto o teto estava cedendo. Lune estava prestes a desembainhar sua espada quando, de supetão, avistou a si mesmo ao olhar para Krieg.
                - É bater ou correr, Krieg. E eu prefiro ficar e lutar por uma causa perdida sem te perder. Então não ouse fazer o que está pretendendo.
                - Eu bato e você corre! Eu posso chamar a atenção deles enquanto você foge, afinal de contas, sem um líder temos uma causa perdida, mas se você estiver vivo a historia continua.
                - Mas não posso te deixar para trás!
                - Pode... pode e vai. – Logo que terminou de dizer isso, Krieg estendeu a mão para Lune que saiu voando dez metros no corredor enquanto passavam mais dois companheiros que vinham ajudar.
                - Vocês dois,! Levem-no a um lugar seguro, ele está inconsciente.
                O braço esquerdo desapareceu juntamente com uma explosão enquanto ele dava um pulo para fora do teto e urrando de dor, para o que seria sua morte certa.
                Mika e Sonny olharam um para o outro e não pestanejaram em colocar Lune em seus ombros para levá-lo para fora daquela loucura que se encontrava seu QG.
                - Mika, você acha mesmo que vamos conseguir fugir daqui com o alvo deles? - disse Sonny com um sorriso sarcástico no rosto.
                - Sonny, você está mesmo pensando em deixar nosso líder para esses humanos safados, não é?
                - Não quis dizer exatamente isso, mas o que você acha de deixarmos ele aqui e voltar para buscar depois? Sabe, se ele estiver aqui é claro.
                - Não se esqueça de quem foi seu criador e o que ele fez por você! Mais que isso, não se esqueça quem foi o cara que tirou você das mãos dele.
                - Só estava brincando...
                - Que seja. O esconderijo no quarto de sua filha ainda existe, ou você encheu de tranqueiras depois que ela foi?
                - Eu já te disse, o quarto dela é como um museu para mim.
                - Então, pelo que vimos lá trás, o castelo já está cercado até pelos ares. Não vamos conseguir fugir, mas se formos sortudos o suficiente, não irão nos achar lá. Mas seu museu certamente irá precisar de uma reforma daqui a algum tempo.
                Mika e Sonny continuaram correndo pelo corredor carregando Lune através dos corredores do castelo, tentando evitar combate ao máximo possível enquanto tudo começava a desmoronar, desviando dos corpos sem vida deixados ao chão daquele antigo castelo que já havia resistido tantas vezes às batalhas e às mudanças do tempo, e agora iria sucumbir para um bando de humanos sujos e sem escrúpulos. Amigos e inimigos lado a lado no chão, alguns amigos quase mortos tentando lamber sangue dos corpos humanos mortos, tentando de alguma forma sobreviver para contar às suas esposas, que teriam um sorriso amarelo sobre o que havia acontecido naquele massacre, enquanto o braço ou a perna costurada estaria próximo ao fim da regeneração.
                Sonny e Mika assistiam a tudo com uma ira crescendo dentro do peito. Impotentes, incapazes de ajudar a todos... O príncipe era mais importante, levar o príncipe a um lugar seguro, ou não haveria razão para todo aquele caos, afinal, todos morriam por ele.
                Percorrendo os corredores eles se deparam com a única porta de madeira que havia restado depois da evolução da tecnologia que aquele castelo havia acompanhado a fim de se tornar uma fortaleza segura de situações como aquela.
                A porta, intocada, foi aberta por Sonny que carregava a chave em seu pescoço, ele teria chorado se pudesse. Deixou o corpo de Lune apenas para Mika segurar, tateando a parede como se procurasse algo. Apertou a parede num certo ponto onde tinha uma das vária estrelinhas coloridas desenhadas sobre aquela parede rosa, abrindo uma passagem quadrada na parede suficiente para uma pessoa agachada ou uma criança passar. Sonny pegou o corpo de Lune e jogou dentro da passagem que continha um pequeno esconderijo onde caberiam quatro ou menos pessoas.
                Gritou para Mika:
                - Rápido! Eles já estão vindo.
                Mika entrou tão rápido quanto um vulto com sua velocidade sobrenatural.
                - Vamos Sonny! Por que você está parado ainda?
                - Como eu queria um mundo melhor para minha pequena Caroline viver... Prometa-me que vai cuidar dela para mim. - Implorou Sonny parado fora do esconderijo.
                - Nã... - Mika tentou gritar antes que Sonny fechasse a passagem, e seu grito não pudesse ser escutado fora daquele pequeno local. Porém as vozes de fora ainda podiam ser escutadas do lado de dentro.
                - Não! Não ouse tocar em nada nesse quarto ou entã... - a voz de Sonny foi abafada enquanto ameaçava aqueles que violavam seu museu.
                - Limpo. Vamos! - disse o assassino de Sonny.
                Mika queria arrancar a cabeça deles de seus corpos, mas Lune começou a resmungar como se fosse acordar. Mika acendeu sua visão noturna e viu o porquê do príncipe ter ficado tanto tempo desacordado. Havia em seu peito um círculo de feitiço provavelmente da pancada que Krieg deu em seu peito, para que ele não argumentasse contra sua decisão. Mika segurou Lune para que não fizesse algum barulho ali dentro.
                - Silêncio! Vamos esperar até eles irem embora - sussurrou Mika.
                As mãos de Lune ficavam cada vez mais vermelhas com seu próprio sangue enquanto suas unhas penetravam mais e mais em sua carne. Seu sangue fervia de raiva enquanto escutava os barulhos de tiros, gritos e explosões de fora.
                Três horas depois se escutavam os passos e o barulho dos veículos se retirando do castelo até que todo o barulho acabou. Enquanto provavelmente estavam frustrados por voltarem de mãos vazias, sem o alvo capturado, nem vivo nem morto. Sem o pilar que sustentava os vampiros do novo mundo.
                - Meu senhor, você acha que é seguro sair agora e procurar algum abrigo longe de tudo isso?
                - Sim, eles já foram e têm coisas mais importantes para se importarem agora.
                - O que você quer dizer com isso senhor?
                - Supostamente deveríamos ter realizado uma cilada para eles - Disse o príncipe enquanto se levantava - Mas parece que ela não era de confiança
                - Você não quer dizer a Annie não é?
                - Deveria ter escutado Krieg, mas agora não tenho ninguém para escutar, meu conselheiro está morto. O mais prudente é deixar a situação para os anciãos, eles teriam sido mais cuidadosos que eu.
                - Meu senhor, eu não concordo com o senhor, mas se permite o desrespeito do meu desacordo, o senhor já ficou mais de cem anos sozinho a fim de reunir todo o poder e experiência que um líder deveria ter. Foram anos difíceis para todos nós, eles não se importam conosco, numerosos combates aconteceram. Sei que renasci no final desses tempos, mas eu vivi com um velho que me contavam várias histórias de terror sobre guerras contra vampiros e como eles eram massacrados. Quando ele decidiu que eu era digno da vida maldita, ele contou que tudo era verdade. Mas dois anos depois, você voltou e aquele pequeno pedaço de inferno pelo qual eu era obrigado a passar chegou ao fim. Eu sei que não é muito vindo de minha pessoa, mas dez anos escutando essas histórias e mais dois como personagem delas começaram a fazer sentido assim que você voltou. Eu te peço, por mim e por muitos outros que provavelmente também querem isso: por favor, não desista de tudo pelos seus erros, melhor, não ouse abandonar-nos e dar a aqueles velhos filhos de uma puta o poder para decidir a vida de todos nós. Sonny confiou o futuro a você. Ele, Krieg e muitos outros deram suas vidas porque você é nossa esperança.
                - Mika... - o príncipe ficou em silêncio por um tempo - Obrigado por ter estado neste buraco comigo. Não me esquecerei da vida deles ou do que você me contou agora. Em tempos como esse, um novo conselheiro deve ser eleito para me ajudar e estar lealmente ao meu lado. Sinceramente não consigo pensar em ninguém melhor que você agora. Se você é jovem nessa vida maldita, como presumo que você seja de acordo com seu relato, terei de compartilhar meu poder com você, ou então não irá suportar nem mesmo a presença dos anciões e quem dirá andar ao meu lado no caminho mais escuro. Você aceita esse pedido?
                - Meu senhor... - Mika iria começar a falar, mas foi interrompido por Lune.
                - Desse dia em diante, pode me considerar um amigo.
                - Meu amigo, será uma honra aceitar como um presente pela minha lealdade. Não te deixarei para trás, serei mais que o conselheiro, um amigo como Krieg foi.
                Lune mordeu seu pulso e o estendeu até Mika.
                - Compartilhe de minha força, para juntos guiarmos todos para o fim dessa guerra!
                - Sim meu senhor... Meu amigo.